Muitas informações vindas de diversas partes do mundo, uma avalanche de cores e ideias… Absorvemos todas as informações sobre a Moda de 2015 e mostramos aqui um direcionamento para você se inspirar e preparar sua empresa para vender mais (criando novos produtos ou remodelando sua loja ou empresa).
Nossa equipe esteve presente em diversos eventos reunindo informações que ajudarão estilistas e designers de Moda, bem como profissionais de vitrinismo, visual merchandising e vendas, a desenvolverem melhor seu trabalho e aumentar suas vendas apresentando produtos mais atrativos para os consumidores.
O evento que deu o tom de toda nossa pesquisa foi o Inspiramais. A edição que aconteceu em janeiro de 2015 levou o nome de “Verão 2016” mas, há várias edições, o evento vem se preocupando mais em mostrar itens da cultura brasileira que estejam conectados com as vontades do mercado de Moda a nível global do que tendências marcadas de uma estação. E isto por 2 motivos: os consumidores não seguem mais tendências de estação há anos mas, sim, buscam itens de vestuário que traduzam sua identidade. Além disto, o Inspiramais estimula e instiga os criadores e profissionais de Moda brasileiros a conhecerem mais de sua própria cultura e, então, passar a criar uma Moda global que esteja conectada com o Brasil. Parece difícil mas não é, como vamos mostrar a seguir.
No Inspiramais o estilista e consultor Walter Rofrigues desenvolveu a técnica dos “3 conceitos”. É importante entendê-la porque ela faz muito sentido e explica a volatilidade do mercado de Moda global. Preparamos um explicativo detalhado AQUI. Entender estes conceitos ajudará os profissionais de Moda agora e nos anos seguintes.
Para o Verão 2016, a equipe comandada por Walter Rodrigues sugere um olhar cuidado sobre as metrópoles brasileiras e sua “bagunça natural”.
Nas cidades sem mar, as fronteiras são cada vez mais inexistentes. A multidão transforma-se em personagem, os carros colorem os espaços com sua geometria simplificada, organizando a confusão. Os prédios, muralhas que às vezes bloqueiam a visão do horizonte, também podem, eventualmente, desenhar formas no céu azul quando vistos do chão. Os traços emaranhados que desfiguram as imagens arquitetônicas, como fios, cabos e telas, redesenham e camuflam as cidades.
Diante do gigantismo do entorno, olhar o detalhe parece cada vez mais uma aventura com a conquista de uma fronteira. Elementos como um desenho com pastilhas, uma parede crua, um cartaz rasgado, tintas escorridas ou pichações representam, no espaço urbano, a cor que se impõe sobre o cinza, tentando aliviar as tensões. No cotidiano, no ir e vir, na repetição dos dias, das notícias, da violência, a redenção está na arte, no pop e na diversão. As cores primárias e as formas simples buscam o inusitado, que pode estar num sorriso, no sabor das guloseimas e no aspecto mágico e lúdico do imaginário infantil que suaviza o estresse de viver nas grandes metrópoles.
Ou seja, a confusão das metrópoles, que, de tão bagunçadas acabaram se tornando muito parecidas e quase sem identificação deve instigar o criador de Moda a ampliar os detalhes e estimular o consumidor a enxergar beleza nos detalhes. Os detalhes das cidades podem virar uma imensidão de produtos. A parede descascando pode virar a textura de um tecido ou de uma estampa, o emaranhado de fios elétricos, de repente, saem dos postes e vão direto para cintos e braceletes. São apenas ideias.
Estes itens são sugeridos pela equipe do Inspiramais no Conceito 1 que, por sinal, conversam demais com o conceito 3 apresentado no caderno de verão 2015 do mesmo evento.
A sugestão é que no Verão 2016 você desenvolva itens que explorem as formas das cidades. Blocos de cores bem marcados e contrastando entre si (nas estampas ou nas combinações de looks). Destaque para as formas geométricas e as cores primárias.
Se você for montar uma vitrine, poderá pensar em usar engradados antigos e coloridos ou brincar com os bonecos de “Minecraft” e imagens pixeladas para dar o tom da sua loja.
A Vicunha, uma das maiores produtoras de denim (jeans) e índigos do mundo, também sugeriu uma imersão no universo das cidades e de seus jovens moradores. Mas é bom lembrar que, mesmo em se tratando de metrópole, o trabalho manual deve se fazer presente no Verão 2016. A tecnologia avança e por isso mesmo o Verão 2016 vai ter anseio da presença real, do coletivo e do manual.
A onda agora é o fazer manual. E isto não significa esquecer da tecnologia, pelo contrário. Quanto mais ela avança, mais contemplado o trabalho manual é e mais luxuoso ele se torna. Por isso, técnicas como o shibori (que é uma técnica japonesa muito parecida com o tie-dye) são valorizadas, além das amarrações e outras técnicas jjá citadas. Para esta estação, o jeanswear ganha destaque principalmente porque as lavagens permitem que cada produto fique com um visual único. E cada consumidor tem seu jeans exclusivo.
Nesse ínterim, nesta onde de redescobrimento das cidades e da relação do novo ser humano tecnológico com a natureza, a mescla destes dois universos surgem no Verão 2016 de maneira muito especial.
A Focal Têxtil, por exemplo, desenvolveu misturas de estampas para ajudar a perceber como esta fusão que citamos seja feita de maneira harmoniosa. Durante o Inspiramais, a empresa mostrou que a junção de técnicas diferentes e motivos de estampas diferentes ao mesmo tempo podem conviver de maneira pacífica. Uma das propostas foi mesclar a estampa digital como base e, por cima, a aplicação de foil transparente, criando uma espécie de marca d’água em formato de borboleta.
A Estamparia Garra também apostou nas borboletas e apresentou um foil furta-cor, delicado e único.
Veja abaixo imagens do Inspiramais, da Vicunha e muitas referências interessantes para o Verão 2016!
