O artista Flávio de Carvalho é o centro da exposição gratuita que foi aberta ao público dia 6 de fevereiro, OCA, em SP. Dentre muitas habilidades, Flávio trabalhava com figurino! Confira detalhes da exposição deste artista que encheu nossa cultura no início do século XX.
A partir do dia 06 de fevereiro, entrou em cartaz na OCA ‐ Parque Ibirapuera, agora transformada em Museu da Cidade, a exposição “Flavio de Carvalho: A Experiência como Obra”, com acervos pertencentes às instituições culturais da cidade de São Paulo, sendo mais de duas dezenas de trabalhos do artista nunca antes expostos ao público.
Além de pinturas, aquarelas e figurinos, a exposição conta com uma arena onde se poderá ouvir uma reconstrução sonora, dirigida por Camila Mota do Teat(r)o Oficina, que fará o visitante vivenciar a Experiência Nº 2, de Flavio de Carvalho, a famosa confrontação de uma procissão de Corpus Christ que virou livro na década de 30, e contará com as vozes dos músicos Junio Barreto e Celso Sim e de atores como Pascoal da Conceição, entre outros.
O original do figurino “New Look”, considerada das performances mais marcantes do artista, onde misturou a moda e a arquitetura tropical, circulando pelo centro de São Paulo vestido de saia e blusa de mangas arejadas, também estará exposto, uma das obras que está em comodato com o Museu e faz parte de um processo de novas aquisições para as coleções públicas do Município.
Com curadoria geral de Afonso Luz, diretor do Museu da Cidade de São Paulo, a exposição é composta por acervos do Arquivo Histórico de São Paulo, da Fundação Theatro Municipal, da Biblioteca Mario de Andrade, do Departamento de Patrimônio Histórico e do Centro Cultural São Paulo.
As diversas perspectivas da modernidade desenhadas por Flavio de Carvalho, dos anos 20 aos anos 70, poderão ser vistas na mostra. Flavio foi multimidiático desde sempre e atuou como arquiteto, engenheiro civil, jornalista, designer, cenógrafo, teatrólogo, pintor, desenhista, decorador, escritor, filósofo, performer e até cineasta.
A exposição será dividida em quatro grandes blocos de trabalhos, com o objetivo de didaticamente convidar o público a descobrir um artista ainda desconhecido em muitos aspectos.
Esta exposição comemora os 460 anos de São Paulo e é parte do projeto de reorganização da Coleção de Arte da Cidade e o Museu da Cidade escolheu a obra de “Flavio de Carvalho” para dar início a este momento e propor um conceito contemporâneo do que devemos “colecionar” na nossa história da arte brasileira.
A cada ano, a OCA apresentará na altura do aniversário da cidade, o acervo que São Paulo formou de um artista destacado ao longo do tempo, juntando documentações precisosas que ainda permanecem escondidas do grande público em reservas técnicas e porões da Prefeitura, também para que elas ganhem novos destinos e sejam preservadas como patrimônio histórico.
Sobre Flavio de Carvalho
Arquiteto, engenheiro, cenógrafo, artista plástico, desenhista, antropólogo amador, antropófago, Flavio de Carvalho desenvolvia em seus projetos um casamento perfeito entre sensibilidade e racionalidade, arte e ciência, imaginação e realidade.
Nasceu em Barra Mansa, RJ, em 1899. Viveu entre 1911 e 1922 na Inglaterra, onde se formou em Engenharia Civil, enquanto estudava artes plásticas em um curso noturno da ultra conservadora King Edward Seventh School of Fine Arts.
No final dos anos 20, retornou ao Brasil e foi trabalhar no Diário da Noite como ilustrador e conheceu o caricaturista do jornal, Di Cavalcanti, que o apresentou ao grupo antropofágico de Oswald e Tarsila, cujos valores lhe influenciariam profundamente.
Apresentou seu trabalho pela primeira vez em 1931, no Salão Revolucionário da Escola de Belas Artes, ao lado de pintores como Portinari, Lasar Segall, entre outros.
Em 1932, lutou a favor da Constituição na Revolução Paulista. Ainda neste ano, ao lado de Antônio Gomide, Di Cavalcanti e Carlos Prado, fundou o Clube dos Artistas Modernos. Após o fechamento do CAM, em 1934, expôs individualmente pela primeira vez. Interditada pela polícia, a mostra só prosseguiu após interferência judicial.
Em 1950, representou o Brasil na Bienal de Veneza. Em 1953, elaborou os figurinos e o cenário para o bailado A Cangaceira, de Camargo Guarnieri. Participou ainda de diversas Bienais de São Paulo, sendo homenageado com uma sala especial, em 1983.
Serviço: “Flavio de Carvalho: A Experiência como Obra”
Apresentada por: Museu da Cidade de São Paulo, Prefeitura Municipal.
Apoio Institucional: Theatro Municipal, Biblioteca Mario de Andrade, Departamento de Patrimônio Histórico, do Arquivo Histórico de São Paulo, do Centro Cultural São Paulo, Itaú Cultural e Escritório de Arte James Lisboa.
Em cartaz: de 06 de fevereiro até 09 de março de 2014.
Horários da exposição: terça-‐feira a domingo, das 10h às 19h (acesso até às 18h). Local: OCA-‐Museu da Cidade, Pavilhão Governador Lucas Nogueira Garcez no Parque Ibirapuera – SP -‐ Av. Pedro Alvares Cabral, S/Nº, Portão 03 ‐ Térreo. Classificação etária: livre
Acesso para deficientes pelo térreo.
Ar‐condicionado.
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