Kalil Nepomuceno se une à designer de jóias Jussara Regás para mostrar uma coleção rica em detalhes e entitulada “Saga do Ouro”.
Metal precioso de brilho raro e elevado valor econômico, o ouro sempre atraiu o homem. Seja na antiguidade ou nos tempos atuais, o metal já serviu para reforçar o poder da corte, para louvar deuses, para realçar a beleza feminina, para ornamentar altares religiosos e como insumo principal da arte. Seu apogeu, para os artistas, floresceu no período barroco. Tempo este em que a moda também se apropriou de seu brilho e ostentação.
Os esplendorosos detalhes barrocos das igrejas do sul da Itália, como em Palermo e em Noto, ou os ricos altares dos templos das cidades históricas de Minas Gerais, como Ouro Preto e Tiradentes, serviram de inspiração para a nova coleção de Kallil Nepomuceno, batizada de Saga do Ouro.
O ouro e o dourado, do brilhante ao envelhecido, passando ainda pelo avermelhado e em parceria com o negro e com os tons de pérola formam a cartela de cores da coleção.
Entre os tecidos estão adamascados, musselines e malhas metalizadas, organza de seda pura, patcwhork de rendas, sarja peletizada dourada e couro cortado a laser, além de jacquard e guipire com relevos rebuscados.
O preciosismo artístico continua nos detalhes com peças recobertas por pérolas, rendas em formato de arabescos, os bordados em linha e um mix de pedrarias em diversos formatos que parecem formar uma nova estampa em relevo sobre as peças. As cabeças também recebem arabescos, que sobem pelos vestidos e a contornar toda a nuca das modelos. Nesta edição, uma parceria com a designer de joias Jussara Regas completa o clima de luxo barroco.
A dramaticidade também aparece na modelagem que aposta no maximalismo, com curvas sinuosas, formas opulentas e cortes pomposos. Mas também o oposto surge, como em calças sequinhas e em hot pants.
Uma faustosa “procissão” com peças rebuscadas e de uma complexidade barroca, que parecem obras de arte talhadas à mão.
Ponto forte: Kalil Nepomuceno é conhecido por apresentar peças muito “over”, ou seja, muito carregadas. Desta vez, a coleção do estilista veio bem mais coerente, com exagero de detalhes em pontos localizados de alguns looks e com menos detalhes nos lugares corretos. Isso facilitou a “absorção” do trabalho da designer Jussara Regás, que mostrou acessórios delicados.
Ponto fraco: O excesso de bordados deformou alguns looks.
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Fotos: Roberta Braga / Silvia Borielo / Ricardo K.